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abril 28, 2019 por Cris Mathias

Que se FODA o modismo: composições de heavy metal dissonantes à lógica de mercado

Que se FODA o modismo: composições de heavy metal dissonantes à lógica de mercado
abril 28, 2019 por Cris Mathias

Na realidade contemporânea, onde todas as trocas são feitas por viés monetário, grande parte das composições do heavy metal procuram se manter fiéis à sua essência simbólica e resistentes a influências de empresários e gravadoras que desejam transformá-las em meros singles comerciais.

Em entrevista a Roadie Crew, Tobias Sammet, criador da metal ópera Avantasia, revela que durante o processo de negociações com gravadoras foi proposto, por uma delas, que o projeto fosse ajustado ao comportamento das pessoas do século XXI, pois a ideia do termo rock ópera fazia parte da old school, já estava ultrapassado e não tinha sequer um apelo junto ao público jovem. Segundo Sammet, ouvir tudo aquilo ao final das contas era ‘um elogio’.

Da mesma forma, essa crítica à lógica consumista se deu através da escolha da música de destaque do disco, The Raven Child, uma faixa de 11 minutos inviável para ser tocada em qualquer rádio comercial da Alemanha e do resto do mundo, mas que pensada para os fãs transmite toda diversidade do novo álbum.

O Moonglow não é um caso isolado quando o assunto é marketing. Temos alguns exemplo próximos como a canção Fairy Tale, que era para compor o álbum Fireworks (1998) do Angra, porém foi uma música abolida por decisão dos produtores, cuja justificativa foi por ser uma música folclórica demais para o naipe da banda, porém foi retomada posteriormente com a banda Shaman e lançada no álbum Ritual (2002), onde teve repercussão nacional ao integrar a trilha sonora global na novela ‘O beijo do Vampiro’.


Retrocedendo um pouco mais o relógio, voltamos a meados da década 70, quando a célebre banda de Prog Rock e World Music, Queen, resolve desafiar o produtor Roy Thomas Baker e a gravadora, sob a teima de lançar uma música complexa e de quase 6 minutos de duração, a Bohemian Rhapsody representou um marco na existência da banda.

Ainda na contramão do mainstream temos o álbum duplo Six Degrees of Inner Turbulence (2002), da banda americana de metal progressivo Dream Theater, cuja oposição por parte dos produtores evidenciava uma percepção mercadológica e moldada no tendencialismo da virada do milênio, onde afirmavam que gravação de um álbum duplo não seria bem sucedida. Ao final, os produtores estavam errados, tanto por ter sido um sucesso de críticas e de vendas, como também por ser lembrada pelos fãs da banda como um dos melhores álbuns já produzidos.

Enquanto produtores e gravadoras [não todas] estão preocupadas com índices de vendas exponenciais, músicos de heavy metal são movidos pelo feeling que, não poucas vezes, está desconectado de tendências e modismos capitalistas. Lógico que a pretensão de todo músico é viver do seu trabalho, entretanto o desejo de criar algo novo e épico a cada álbum se sobressaí as expectativas de lançar um hits atrás do outro, reafirmando o status quo do segmento musical.

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Cris Mathias
Co-Founder e colunista no Heavyside. Pesquisadora e produtora cultural. Apaixonada por bandas como System Of a Down, Epica e Kamelot.

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