Os rótulos sempre estiveram presente na música e no Heavy Metal isso não é diferente. Até os dias de hoje existem muitos estilos “parecidos’’, cujas diferenças são percebidas com uma audição atenta dos trabalhos.
Um exemplo bem claro disso existe nos estilos Power Metal e Heavy Metal Melódico ou Metal Melódico, como alguns gostam de chamá-lo.
O Heavy Metal Melódico nasceu com a banda alemã Helloween no disco “Walls Of Jericho’’ no ano de 1985. Entretanto alguns músicos de outras bandas do mesmo estilo, se referiam ao estilo em questão como ‘’Power Metal’’ e desde aquela época até os dias atuais não existe uma definição clara que separe os dois, seja na internet ou em revistas especializadas em Metal.
Isso tanto é verdade que muitas revistas ou blog especializados se referem a uma banda como Power Metal em certas ocasiões e em outra opta por chamá-la de uma banda de Metal Melódico.
Entretanto se analisarmos a sonoridade de algumas bandas rotuladas simplesmente como Power Metal ou Metal Melódico , nós poderemos ver algumas diferenças interessantes. Tomemos como exemplo seis nomes relevantes na cena metálica internacional: Helloween, Blind Guardian, Stratovarius, Sonata Arctica, Running Wild e Angra.
O Helloween banda criadora do estilo possui uma sonoridade com forte aparição de melodias e que explora a virtuose das guitarras além de um vocal que canta de forma melódica e por muitas vezes aguda.
O Blind Guardian por sua vez possui um vocalista que tem uma voz mais agressiva e mais grave além de ser um pouco menos melódica, o seu instrumental é mais pesado, mais complexo e tem participação em maior proporção de corais e de instrumentos próprios da música medieval.
O Stratovarius foi muito comparado ao Helloween nos seus primeiros anos de carreira, mas em cada trabalho foi mostrando a sua identidade dentro do estilo. As suas características mais marcantes são sem dúvida a virtuose do teclado junto as guitarras e a voz suave de Timo Kotipelto, além claro, de uma preferencia por temas filosóficos na maior parte de suas canções.
Os também finlandeses do Sonata Arctica exploram, de modo mais claro, a virtuose do teclado e do piano e nos trabalhos mais recentes eles tem criado canções com elementos de Prog Metal bem acentuados, isso sem contar os vocais que exprimem muita melodia.
O Running Wild por sua vez tem linhas vocais mais fortes (graves) e riffs de guitarra mais agressivos além de uma temática lírica que tem enfoque nos piratas.
E por fim, o Angra executa músicas que expressam influencias diversas. Tais como: MPB, Música Clássica, Metal Progressivo entre outros estilos musicais.
Essas são apenas algumas diferenças entre bandas que em plano teórico executam um mesmo estilo musical, entretanto a sonoridade de nenhuma delas é parecida.
Se analisarmos as diferentes maneiras com as quais as bandas lidam com a melodia, peso e virtuose em suas canções teríamos uma classificação mais ou menos assim:
Power Metal: Blind Guardian e Running Wild. (Pelos vocais mais graves e trabalho instrumental mais agressivo e pesado.)
Heavy Metal Melódico: Helloween, Angra, Stratovarius e Sonata Arctica. ( Pelos vocais agudos e melódicos e trabalho instrumental mais leve.)
Pode se concluir que…
Será que diante de tantos trabalhos existentes não é o momento de se criar melhores definições entre o que é Power Metal e o que é Metal Melódico?
Existem diferenças claras entre a sonoridade de um Primal Fear e a de um Freedom Call, mas ambos continuam a ser rotulados como praticantes de um mesmo estilo metálico.
É claro que essa divisão deve ser feita de um modo coerente e explicativo, para que assim duas vertentes do Heavy Metal não sejam transformadas em uma só, ou que sejam usados diversos nomes para se referir a elas.
Concordo com a necessidade de uma melhor classificação dos principais sub-gêneros do metal, pelo menos. Não discordo da diferenciação que você fez, apenas percebo que seria um tanto irônico a banda tida como percursora do Power Metal não ser classificada como tal, rsrs. Parabéns pelo trabalho.